Quem não tem pecado, atire a primeira pedra...



O que Jesus está dizendo neste texto é que todo mundo peca. Em geral, pecamos “gostosamente”. Alguns alimentam algum remorso, alguma culpa. Mas, pecado é uma coisa comum a todos, que todo ser humano conhece e conhece muito bem. Por isso alguns teólogos vêem o ato de Adão e Eva em torno da árvore da vida não somente como um gesto de desobediência, mas principalmente como um impulso natural do próprio ser humano livre. O impulso de correr riscos, o que implica em acertar e errar. Quem sabe não estavam eles em busca da maturidade? De sair do paraíso infantil protegido e aprender a se virar por si mesmos no mundo real? Afinal, diria Adão, todo mundo tem o direito de fazer suas escolhas, correr seus riscos, mesmo que isso implique em pecar.
O problema foi a conseguência. A condenação. O castigo.
Na minha infância ouvi falar muito sobre pecado, Adão, diabo, serpente, inferno. Parece que a culpa é a especialidade mais forte da religião.
Hoje, penso que a minha noção de culpa se refere a noção de desempenho, mérito, da ação, da realização muito comum em nossa sociedade de consumo e infelizmente, em nossos relacionamentos.
Por isso não acredito nessa noção teológica da lei da retribuição, ou lei da semeadura, como queiram chamar.  Vejo várias pessoas defendendo e vivendo com base nessa teologia, como quem confia em si mesmo. O menos preparado, o menos inteligente, o menos indicado, o que não tem méritos não serve. As pessoas colocam essa “verborréia” de lei da semeadura em seus discursos religiosos, e se colocam a serviço da vaidade, da competência. Essa teologia representa nossa sociedade darwiniana, onde só os fortes e bons sobrevivem.

Pense comigo: se Deus operasse com base em retribuição, o que seria de nós? O que poderíamos esperar como troco pelo nosso pecado? Jamais Deus em sua graça escolheria agir com base nessa lei. Que bom que é assim. Que bom que existe Graça. Que bom que não recebemos o que plantamos. Que bom que estamos salvos, apesar de nós.

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